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Doença de Alzheimer: Uma Desordem Neurodegenerativa

  • Foto do escritor: Eloy Bezerra
    Eloy Bezerra
  • 26 de jan. de 2024
  • 3 min de leitura


Conforme envelhecemos, é natural ocorrer um declínio nas funções orgânicas, incluindo as funções mentais e a capacidade cognitiva. No entanto, algumas doenças podem tornar esse processo muito mais severo e rápido, sendo a principal delas a Doença de Alzheimer. Neste vídeo, vamos entender melhor essa doença neurodegenerativa.

Origem e Prevalência

A Doença de Alzheimer recebe esse nome em virtude de ter sido primeiramente reconhecida e descrita pelo psiquiatra e neurologista alemão Alois Alzheimer. A primeira paciente diagnosticada com a doença foi uma alemã internada em um asilo em Frankfurt, em 1906, e Alzheimer identificou algumas alterações típicas da doença, como as placas senis e emaranhados neurofibrilares.

Essa doença é a causa mais frequente de demência no mundo, afetando de 60% a 70% dos indivíduos com demência. A prevalência global de demências está em constante crescimento, e estima-se que, em 2050, atingirá 113 milhões de pessoas. A Doença de Alzheimer está frequentemente associada a outras alterações que levam à demência, mas também pode ocorrer de forma isolada.

Estágios da Doença

A Doença de Alzheimer é usualmente classificada em três estágios: inicial, intermediário e avançado. Antes do diagnóstico, podem ocorrer sinais discretos que são geralmente confundidos com estresse e envelhecimento normal. Essa fase é chamada de pré-demência, e os sinais clínicos mais comuns incluem alteração de memória de curto prazo, dificuldade de planejamento e atenção, além de alterações na memória semântica.

No estágio inicial da doença, as alterações do paciente são suficientes para enquadrá-lo nos critérios diagnósticos do Alzheimer. Nessa fase, é comum observar uma memória de curto prazo comprometida, um vocabulário mais pobre e uma diminuição na fluência verbal. Os problemas de memória agravam-se e a capacidade de ler e escrever também é reduzida.

No estágio intermediário, a independência do indivíduo é afetada, tornando-se necessário o suporte para a realização de atividades diárias. A dificuldade na linguagem falada torna-se evidente, assim como os problemas de memória de longo prazo. O paciente também pode apresentar oscilações de humor e incontinência urinária.

No estágio avançado da doença, o paciente é completamente dependente de cuidados e pode articular apenas frases simples ou palavras. A perda de massa muscular é marcante, assim como as mudanças na memória e o desenvolvimento de comorbidades.

Fatores de Risco

O principal fator de risco para a Doença de Alzheimer é a idade, sendo mais frequente em pessoas acima dos 75 anos. A genética também desempenha um papel importante, com mutações nos genes da proteína precursora amiloide, presenilina 1 e 2, e apolipoproteína E aumentando as chances do indivíduo desenvolver a doença.

Além desses fatores, outros elementos ambientais podem influenciar no surgimento da doença, como exposição a metais tóxicos, traumas na cabeça, privação de sono, obesidade, diabetes, poluição do ar, hipertensão, entre outros.

Mecanismos da Doença

A Doença de Alzheimer é classificada como uma desordem neurodegenerativa caracterizada pela presença extra-celular de placas senis contendo agregados de beta-amiloide e pela presença de emaranhados neurofibrilares contendo a proteína tau.

A proteína precursora beta-amiloide é quebrada em fragmentos menores, gerando os peptídeos beta-amiloide, que são altamente propensos a agregação. Esses agregados são tóxicos para os neurônios e formam as placas senis. Já os emaranhados neurofibrilares são formados pela alteração da proteína tau, que leva à desestabilização dos microtúbulos nos axônios neuronais.

Outros fatores, como a disfunção da barreira hematoencefálica, o estresse oxidativo mitocondrial, a disfunção da apolipoproteína E e a neuroinflamação, também estão envolvidos na progressão da doença.

Prevenção e Diagnóstico

Embora não seja possível prevenir a doença de Alzheimer com base nas características genéticas, é possível adotar medidas que reduzam o risco, como manter atividade mental e física, ter uma alimentação balanceada, controlar o peso, a pressão arterial e a glicemia, garantir um sono adequado e evitar substâncias tóxicas.

O diagnóstico da doença pode ser feito por meio de exames clínicos, de imagem e marcadores biológicos, que auxiliam na identificação dos sinais da doença. Atualmente, não existem tratamentos que possam interromper a progressão da doença, mas há pesquisas em busca de tratamentos mais eficazes.

Conclusão

A Doença de Alzheimer é uma desordem neurodegenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Seus mecanismos são complexos e envolvem alterações nas proteínas beta-amiloide e tau, além de diversos outros fatores genéticos e ambientais.

Apesar de não haver cura para a doença, é possível adotar medidas preventivas e buscar um diagnóstico precoce, o que pode ajudar a retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Com o avanço da pesquisa científica, espera-se que tratamentos mais eficazes sejam desenvolvidos no futuro.

 
 
 

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© 2015 por Eloy Bezerra

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